sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A "droga" a quem chamei Amor

Hoje acordei com o teu cheiro em mim!
Não sei como, pois passaram-se meses desde a última vez que te vi, mas o que é certo é que estavas a meu lado ainda antes de abrir os olhos...
Terei sonhado contigo?
Estará o meu corpo a ressacar de ti, como se de uma droga se tratasse?
Mas pensando bem, foi sempre isso que foste para mim! Uma droga viciante, a quem entre alucinações provocadas por orgasmos, eu apelidava de Amor...


Viciei-me em ti, tornei-me dependente do que me davas...
Erradamente, eu sei disso agora, mas as drogas são mesmo assim, libertam-nos as amarras e fazem-nos voar, mas ao mesmo tempo prendem-nos num mundo pequenino, que acaba por nos sufocar e eu que via em ti a minha salvação, percebi que não serias mais que a minha perdição.
Esse teu mundinho era pequeno demais para a imensidão de sentimentos que brotavam em mim...
E hoje, nesta manhã solitária e fria, decides visitar-me sem aviso, tentado aproveitar-te da possibilidade de que o frio que se faz sentir lá fora, habite também dentro de mim.
Mas esqueceste-te que a solidão nunca me amedrontou e que de frio não tenho nada, era eu aliás quem sempre te aquecia as mãos geladas, que me deitava primeiro no teu lado da cama para o deixar quentinho para ti...
Por isso desculpa, mas não voltes.
Nem tu, nem o teu cheiro adocicado!
Vou até trocar os lençóis e de seguida enfiar-me no banho para te tirar de mim... de vez!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Lindíssimo texto!
    E,sim...esse tal que chamamos de amor, é mais que uma droga!...

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